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sexta-feira, 24 de maio de 2013

AO ACORDAR

                AO ACORDAR...
              SENTI O GALOPE DE MEU CORAÇÃO
              A DISPARAR QUASE AO SAIR DO PEITO
               E AO ABRIR OS OLHOS EM MEU LEITO
              E AO JULGAR QUE ESTAVAS AINDA ALI
              MAS AO DAR-ME CONTA DA MINHA ILUZÃO
              E AO ENGANO DO MEU CORAÇÃO...
              O MANTO DA TRISTEZA CAIU SOBRE MIM
              ESTENDI AS MÃOS SOBRE MEU LEITO
               E AO SENTIR O VAZIO EM TEU LUGAR
               LEMBREI QUE NÃO TENHO O DIREITO
               DE TE VIVER E SIM APENAS DE TE SONHAR
               MAS FOI TÃO LINDO QUASE REALIDADE
               QUE EU BENDIGO O SONHO QUE POR VEZES VEM
               E ME FAZ FELIZ MESMO QUE POR INSTANTES
               E A ILUZÃO DE PODER ESTAR CONTIGO
               E DE PENSAR QUE POSSO AINDA PODER TE AMAR
                ME FAZ FELIZ DE PODER ESPERAR QUE O SONHO VENHA
                 E EU POSSA ASSIM TE ENCONTRAR.

POEMA DE AUTORIA DE MARLENE DE GOES
           24-05-2013
BLOG AOSOLHOSDAALMA.BLOGSPOT.COM








             
               

terça-feira, 21 de maio de 2013

O POÇO


O Poço
Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.
Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?
Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.
Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.
Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.
Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.
postado por marlene de goes
pablo-neruda
*

sexta-feira, 17 de maio de 2013

AMAR


2 Comentários



Venturosa de sonhar-te
Venturosa de sonhar-te,
à minha sombra me deito. 


Amar
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui…além…
mais este e aquele, o outro e toda a gente..
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disse que se pode amar alguém
durante a vida inteira é porque mente.

Há uma primavera em cada vida:
é preciso cantá-la assim florida,
pois se Deus nos deu voz foi prá cantar

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
que seja minha noite uma alvorada,
que me saiba perder…prá me encontrar…

Florbela Espanca
postado por marlene de goes



terça-feira, 14 de maio de 2013

FRASES DE FERNANDO PESSOA


Frases de Fernando Pessoa28

PRÓXIMO

Frase de Fernando Pessoa

Fernando Pessoa
Não sei quem sou que alma tenho. Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)... Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio. A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta traições de alma a um caráter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenho. Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas. Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor, eu sinto-me vários seres. Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada (?), por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.
Postado por marlene de goes





terça-feira, 7 de maio de 2013

VIGILIA DAS MÃES


Vigília das Mães - Cecília Meireles

Nossos filhos viajam pelos caminhos da vida,
pelas águas salgadas de muito longe,
pelas florestas que escondem os dias,
pelo céu, pelas cidades, por dentro do mundo escuro
de seus próprios silêncios.

Nossos filhos não mandam mensagens de onde se encontram.
Este vento que passa pode dar-lhes a morte.
A vaga pode levá-los para o reino do oceano.
Podem estar caindo em pedaços, como estrelas.
Podem estar sendo despedaçados em amor e lágrima.

Nossos filhos têm outro idioma, outros olhos, outra alma.
Não sabem ainda os caminhos de voltar, somente os de ir.
Eles vão para seus horizontes, sem memória ou saudade,
não querem prisão, atraso, adeuses:
deixam-se apenas gostar, apressados e inquietos.

Nossos filhos passaram por nós, mas não são nossos,
querem ir sozinhos, e não sabemos por onde andam.
Não sabemos quando morrem, quando riem,
são pássaros sem residência nem família
à superfície da vida.

Nós estamos aqui, nesta vigília inexplicável,
esperando o que não vem, o rosto que já não conhecemos.
Nossos filhos estão onde não vemos nem sabemos.
Nós somos as doloridas do mal que talvez não sofram,
mas suas alegrias não chegam nunca à solidão de que vivemos,
seu único presente, abundante e sem fim.

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