Seguidores
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO
Não Sei Quantas Almas Tenho (Fernando Pessoa)
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não atem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.
POSTADO POR MARLENE DE GOES
SITE MELHOR AINDA POESIAS
Assinar:
Postar comentários (Atom)
7 comentários:
Amiga muito obrigada pelo carinho.
Lindo poema1
lindo imagem!
Abraço Amigo
Maria Alice
Tem a cara de Fernando Pessoa esse poema!
Lindo!
Excelente escolha minha querida!
Beijão!
Lindo e deixo meu beijo praiano,chica
Olá Marlene,
Fiquei imensamente feliz em te-la por lá. Seus blogs são lindos.
Maravilhoso este poema do Pessoa, a duvida que assola todo ser, quem somos? Somos muitos e cada dia nos vemos de outro modo. Quem escreve sabe bem disto, enormes surpresas nos aguarda quando nos lemos, descobertas infinitas, a beleza do ser humano está na complexidade.
Um abraço grande para você.
Bonita poesia de Fernando Pessoa e bem escolhida por você.
Beijos.
Boa noite, Marlene. Uma poesia muito linda que traduz o podemos ser de diferentes maneiras.
Um beijo na alma, e fique com Deus.
Saudades!
Postar um comentário