Teu nome é quase indiferente
e nem teu rosto mais me inquieta.
A arte de amar é exactamente
a de se ser poeta.
Para pensar em ti, me basta
o próprio amor que por ti sinto:
és a ideia, serena e casta,
nutrida do enigma do instinto.
O lugar da tua presença
é um deserto, entre variedades:
mas nesse deserto é que pensa
o olhar de todas as saudades.
Meus sonhos viajam rumos tristes
e, no seu profundo universo,
tu, sem forma e sem nome, existes,
silêncio, obscuro, disperso.
Teu corpo, e teu rosto, e teu nome,
teu coração, tua existência,
tudo - o espaço evita e consome:
e eu só conheço a tua ausência.
Eu só conheço o que não vejo.
E, nesse abismo do meu sonho,
alheia a todo outro desejo,
me decomponho e recomponho.
postado por MARLENE
3 comentários:
Sempre escolhes muito bem,Marlene !
Uma linda poesia de Cecília. beijos,tudo de bom,chiac
Maravilhosa escolha querida...Cecília sempre encanta...
Doce tarde...beijinhos...
Valéria
Vim, te oferecer o selo; VIVO PARA AMAR E SER BENÇÃO e deixar um Beijinho
san
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