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sexta-feira, 30 de março de 2012

O POÇO

Pablo Neruda – Poemas

Pablo Neruda – Poemas Originais Traduzidos
Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.
Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?
Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.
Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.
Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.
Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.
postado por marlene de goes

5 comentários:

chica disse...

Lindo poema.Neruda é demais!beijos,chica

MA FERREIRA disse...

NERUDA??? O QUE DIER...SEMPRE MARAVILHOSO!!

UM BEIJO....

ARFERLANDIA disse...

Gosto de PABLO NERUDA
E por isso aqui fiquei
E porque o interesse não muda
certamente voltarei.

ARFER

um abraço fraterno

Eliete disse...

Marlene, minha querida! Desejo-lhe uma linda páscoa. Felicidade para toda família.bjs

Maria Alice Cerqueira disse...

Boa tarde Marlene,
lindo poema!
O regaste para o amor nem sempre é fácil.
Tenha um lindo fim de semana!
abraço amigo!
Maria Alice

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